Histórias do Luan

O drama da vida real, Vergonhas, momentos bons, ruins e algumas bobeiras.

Dia de Bosta - Parte 1

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Poucas coisas nos evergonham mais na vida do que a remota possibilidade de dar uma barrocada sem querer em público, mas na vida, algum dia isto acontece…

Tudo começou em uma nublada tarde de algum dia do ano que eu faço questão de esquecer, mas que foi em meados de 2008. Havia acabado de tomar um café da tarde contendo bolachas e 800 ml de vitamina de Abacate. Receita ideal para um baita revertério intestinal.

Entediado e sem nada para fazer fui até a casa do meu amigo, a aproximadamente 200 metros da minha casa. Tivemos a brilhate idéia de ir até a casa de outro amigo, que fica há uns 800 metros deste local, contendo uma baita ladeira e uma grande subida para chegar.

Conversa vai, conversa vem, aquele clima de zueira, até que na metade do caminho da ida, eu sinto uma leve controvérsia na minha barriga, algo leve, mas que fez um incômodo barulho, como se um pequeno cão estivesse rosnando por dentro da minha barriga, achei normal, e continuei caminhando.

Faltando 10 metros para chegar no nosso destino, eu sinto o primeiro aviso anal, algo como um grito desesperado da merda querendo sair, ao mesmo tempo que sinto alguns borbulhões, como se tivesse água fervendo dentro da barriga. e uma consequente travada nas pernas…

  • Você está bem jow? – Disse meu amigo.

  • Cara, não dá pra eu andar mais. Travou tudo.

Um pequeno filete de desespero começa a bater sobre minha mente, e sinto uma leve gota de suor frio escorrer sobre minha testa. Era o intestino dizendo que havia algo de errado acontecendo com meu corpo, quase que como que um aviso da natureza dizendo “ lá vem merda”, como um telegrama telepático da cidade do intestino avisando ao chefe bunda que o trem bosta vinha saindo.

Com muito esforço e andando completamente estranho eu consigo chegar até a casa do nosso amigo. Aquela seria a minha oportunidade de expressar todo o meu desespero e coseguir utilizar o trono sagrado para me livrar daquela desesperadora situação, era só esperar ele sair e em minutos já estaria resolvido, até uma voz ecoar “Ele não tá aqui NÃÃÃÃÃOOOOOOOO”, não sei o que foi pior, a vontade desesperadora ou os sonhos destruídos em apenas uma frase.

O drama começou a ficar maior, como eu iria explicar para a mãe do meu amigo, da qual eu nem tenho intimidade, de que eu necessitava utilizar (estragar) o banheiro? Na hora do desespero eu não sabia direito o que fazer, mas fiz a tolisse de propôr que fossemos embora pra tentar chegar na minha casa.

A partir daí o negócio começou a ficar feio.

Começamos a percorrer o caminho inverso em direção a nossas casas, meu amigo começou a rir da situação enquanto ao mesmo tempo tentava me consolar dizendo que iriamos conseguir, quase que como um técnico da seleção me motivando.

E que comece o jogo

Eu tinha 700 metros para percorrer, enquanto uma força proporcional a um exército de 23.560 homens empurrava meu esfincter exterior desesperadamente, era quase que uma prova olímpica, mas nível extreme hard.

Aos 600 metros, eu ia andando como um zumbi com mal de parkinson pela rua, suando mais frio que um eskimó, estava mais branco que um Alemão, tentando sobreviver a tsunami de bosta que meu intestino estava se preparando.

Aos 500 metros minha barriga era uma zona de guerra, morteiros, tiros, vulcões em erupsão, era quase que um apocalipse ocorrendo em apenas um local. Jurei pra mim mesmo que apertaria tanto o meu lacre anal que nem o mais forte dos soldados da minha barriga conseguiria passar.

Aos 400 metros, o que eu sentia era como uma ãnsia de vômito pelo reto, algo como querer vomitar mas travar pela metade só que no andar de baixo, mas eu tinha que andar, eu tinha que sobreviver, eu tinha que chegar ao meu destino.

Aos 300 metros eu quase não tinha forças para viver, estava em um estado tão deplorável que não sei até onde chega a natureza humana. Estava quase que em estado de vegetação, não pensava, não ouvia, não falava, não enxergava, apenas esperava a explosão iminente de restos de comida processados pela barriga explodir pelo chão.

Aos 200 metros ocorreu o milagre, minha barriga melhora, todos os sintomas passam, os sentidos voltam, fico feliz, afinal chegarei em casa!!!! um pingo de esperança renasce em meu coração.

Mas…

Aos 100 metros eu descobri que a apaziguação era apenas uma chamada por reforços, todos os sintomas anteriores tomaram anabolizantes e vieram com força total. imaginei a cena interna da barriga como num filme de batalha épica do qual todos os guerreiros pegam um tronco enorme de árvore e ficam tentando obstruir o portão principal para invadir o castelo, todos num só ritmo.

Dentro deste caos eu chego na minha rua e avisto minha casa, ó céus, ela está a apenas 50 metros de mim, e para chegar ao destino eu olho para a rua, parecia até uma festa, todos os moradores haviam saído de suas residências, era criança correndo, era mulherada conversando, era truco no meio da rua, era bar cheio, era gente bêbada, era carro que ia e vinha, era moto que passava empinando, só faltou uma passeata de carros com faixas escritas “#CagaLuan”, “Feliz cagada”, “Caga logo pô” com direito a fanfarra tocando ao fundo, e aqueles fogos de 12 tiros explodindo no céu.

Encosto no muro da esquina de casa, já estava beirando a morte. Mas ainda não tinha me dado por vencido. Estava do outro lado da rua de onde fica a casa do meu amigo, ele me diz gentilmente que se eu quisesse eu poderia usar o banheiro da casa dele. Eu não conseguia me mover.

Mas nenhuma tropa é indestrutível.

Minhas tropas não resistiram.

Por um momento fui ao paraíso, toda a ansiedade passou, ao mesmo tempo que uma sensação de algo quente e macio se amassava por entre os vãos da minha perna, haaaaaa que alívio. Foi quando voltei ao mundo real, tinha feito cagada.

A primeira reação foi de segurar o shorts quase que pela metade da coxa, e depois sentir o short encher, encher e encher, minha nossa, não parava de inflar aquele pequeno shorts cinza de surf, sim, shorts de surf. Ao mesmo tempo em que sinto pequenos filos de suor marron escorrendo pela canela. Ó céus, caguei, e agora?

Falo pro meu amigo:

  • Jow, caguei.

A cara dele foi um misto de preocupação e zueira sem limites.

Das opções viáveis, a mais próxima era a casa dele, meu, como vou atravessar a rua? atravessei a rua pulando segurando os shorts, pedi gentilmente para que ele repetisse o passo para ninguém reparar o menino todo cagado atravessando a rua pulando e segurando o shorts.

Chego na casa dele, o primeiro cômodo era a sala, com a mãe dele sentada. Como vou passar? ele chama a sua mãe para a cozinha para distraí-la, enquanto eu passava mais rápido que a reencarnação do flash em direção ao banheiro.

Quando tirei a roupa para tomar banho foi uma chuva de alegria no chão. Pintei até as juntas dos pisos de marron, o estado era deplorável. Tomei banho e quando mais água jogava, mais a “coisa” se espalhava, não sei o que ocorreu.

Depois de alguns minutos começam a surgir as perguntas dos pais dele cochichando: “será que ele está bem? ele está passando mal? mas ele está tomando banho?” nossa, quantos pecados pagos em um só dia…

Meu amigo trouxe uma toalha, uma cueca e um shorts, e segundo ele, o momento que abri a porta para pegar o vestuário, o ambiente chegou a arder os olhos dele.

Passaram-se 6 anos desde o ocorrido, e acredito que até hoje o banheiro dele ainda deve estar com o cheiro. Desde então eu nunca mais comentei sobre o caso.

Links recomendados:

http://www.mundogump.com.br/o-dia-em-que-eu-me-caguei-1/

http://www.mundogump.com.br/o-dia-em-que-eu-me-caguei-2/

http://www.youtube.com/watch?v=nOdHQ1yQrvU

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=WgmgQMeh6ac

http://www.youtube.com/watch?v=Mxa6cB9oWOc

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